Madame Zintrah
Era impossível sobreviver em Pilarium naqueles tempos. Carcaças invadidas e dominadas por um Governo tirano fazia com aqueles pobres fossem escravizados em sua configuração máxima em seus prodígios mentais, uma vez que dominavam, após longos anos de experimentos, suplantar toda capacidade do cérebro humano, tornando Einstein e sua habilidade de ter usado somente dez por cento do cérebro em um mito. Agora, usavam até noventa por cento, entretanto, revertidos para bestialidade intelectual. E transformara os poucos seres pensantes em seus inimigos públicos.
Zintrah estranhou o fato de encontrar dentro de velho manuscrito algo que se assemelhava a um bilhete. Mas um bilhete? Naquela circunstância? Haja vista que o papel em si tornara-se artigo raro e um dos elementos terminantemente proibidos pelo Comando déspota para impedir toda e qualquer forma de expressão do que restara de toda humanidade e principalmente dos "Opressores de Letras" também um dia intitulados com Escritores.
Ao abrir o pedaço de folha, a mensagem era clara:
"Esteja antes da meia-noite na velha biblioteca da Quinta com a Santra. Assunto de seu estrito interesse. O passado às vezes bate a porta, minha cara."
Ass.: P.L
O olhar dela retorceu imediatamente para o lado. Pela posição da Lua calculou que faltaria pouco para dada hora. Apanhou seu crucifixo, que na verdade não evidenciava sua religiosidade e sim sua agilidade em manejar um punhal oculto na parte de baixo do objeto. Elevou uma das sobrancelhas, intensificando a tonalidade de seus belos olhos verdes para o único caco de espelho que possuía e manifestou-se:
- Quer brincar? Pois eu topo.
Durante o trajeto Madame Zintrah pressentiu ser seguida. Astuta esquivou-se daqueles que poderiam estar em seu encalço, todavia logo percebeu que outros poucos, assim como ela escapavam e adentraram sorrateiramente no antigo acervo literário. Passou por detrás do recinto, entrando pelo telhado e escutara sussurros.
- Quem é você?
- Não, eu que os pergunto quem são vocês? – Trovejou uma voz grossa e mal humorada de homem.
Curiosa e cansada de ser mera expectadora, Zintrah desceu, e infiltrou-se no meio da discussão.
- Não sei vocês, mas sou Madame Zintrah.
Uma bela moça de porte delicado reagiu a imponente figura da mulher e fitando-a de cima abaixo, descreveu:
- Sou Ciana.
Uma voz firme e séria anunciou:
- Valentin.
A figura enigmática de um homem de semblante forte disse entre os dentes:
- Armand.
Zintrah torceu o pescoço e meio que apreciando o outro sujeito, o impeliu num gesto a se despontar:
- Valaistu.
Os olhos verdes dela fixaram-se num tipo baixinho e careca, ainda recente em suas lembranças, fazendo-a sorrir.
- E você, grandão?
Ele parecia a ponto de fazer um monte de perguntas, mas a encarou e disse com orgulho:
- Aracaê Mirim.
Ela sorriu e foi então que viu a linda e exuberante ruiva, que se mantivera em silêncio todo o tempo. Mas era impossível não percebê-la, com aqueles longos cabelos que pareciam chamas e seu um metro e oitenta de altura. Elas se avaliaram com o olhar, desconfiadas. A ruiva disse baixo, com voz suave e levemente rouca:
- Alyha.
Recostado a uma mesa afastada do centro, ergueu-se um rosto que enfim chamara atenção da meretriz e a questionou:
- Sabe quem nos trouxe aqui, Madame Zintrah?
- E você meu jovem, quem é? - replicou.
Ciana lançou um olhar nada amigável ao ar esnobe de Zintrah. O homem aproximou-se e a encarando, se apresentou:
- Damon Luca, madame. Agora pode responder a minha indagação? - ressaltando os olhos no decote não poupado por ela.
Armand os fitou e foi talhante:
- Recebi um bilhete.
Todos se entreolharam, enfim estava aclarado o pretexto. Valaistu ponderou e disparou:
- Mas quem de nós tem iniciais P.L?
Não havia respostas. Mas elas não tardaram a chegar.
Era impossível sobreviver em Pilarium naqueles tempos. Carcaças invadidas e dominadas por um Governo tirano fazia com aqueles pobres fossem escravizados em sua configuração máxima em seus prodígios mentais, uma vez que dominavam, após longos anos de experimentos, suplantar toda capacidade do cérebro humano, tornando Einstein e sua habilidade de ter usado somente dez por cento do cérebro em um mito. Agora, usavam até noventa por cento, entretanto, revertidos para bestialidade intelectual. E transformara os poucos seres pensantes em seus inimigos públicos.
Zintrah estranhou o fato de encontrar dentro de velho manuscrito algo que se assemelhava a um bilhete. Mas um bilhete? Naquela circunstância? Haja vista que o papel em si tornara-se artigo raro e um dos elementos terminantemente proibidos pelo Comando déspota para impedir toda e qualquer forma de expressão do que restara de toda humanidade e principalmente dos "Opressores de Letras" também um dia intitulados com Escritores.
Ao abrir o pedaço de folha, a mensagem era clara:
"Esteja antes da meia-noite na velha biblioteca da Quinta com a Santra. Assunto de seu estrito interesse. O passado às vezes bate a porta, minha cara."
Ass.: P.L
O olhar dela retorceu imediatamente para o lado. Pela posição da Lua calculou que faltaria pouco para dada hora. Apanhou seu crucifixo, que na verdade não evidenciava sua religiosidade e sim sua agilidade em manejar um punhal oculto na parte de baixo do objeto. Elevou uma das sobrancelhas, intensificando a tonalidade de seus belos olhos verdes para o único caco de espelho que possuía e manifestou-se:
- Quer brincar? Pois eu topo.
Durante o trajeto Madame Zintrah pressentiu ser seguida. Astuta esquivou-se daqueles que poderiam estar em seu encalço, todavia logo percebeu que outros poucos, assim como ela escapavam e adentraram sorrateiramente no antigo acervo literário. Passou por detrás do recinto, entrando pelo telhado e escutara sussurros.
- Quem é você?
- Não, eu que os pergunto quem são vocês? – Trovejou uma voz grossa e mal humorada de homem.
Curiosa e cansada de ser mera expectadora, Zintrah desceu, e infiltrou-se no meio da discussão.
- Não sei vocês, mas sou Madame Zintrah.
Uma bela moça de porte delicado reagiu a imponente figura da mulher e fitando-a de cima abaixo, descreveu:
- Sou Ciana.
Uma voz firme e séria anunciou:
- Valentin.
A figura enigmática de um homem de semblante forte disse entre os dentes:
- Armand.
Zintrah torceu o pescoço e meio que apreciando o outro sujeito, o impeliu num gesto a se despontar:
- Valaistu.
Os olhos verdes dela fixaram-se num tipo baixinho e careca, ainda recente em suas lembranças, fazendo-a sorrir.
- E você, grandão?
Ele parecia a ponto de fazer um monte de perguntas, mas a encarou e disse com orgulho:
- Aracaê Mirim.
Ela sorriu e foi então que viu a linda e exuberante ruiva, que se mantivera em silêncio todo o tempo. Mas era impossível não percebê-la, com aqueles longos cabelos que pareciam chamas e seu um metro e oitenta de altura. Elas se avaliaram com o olhar, desconfiadas. A ruiva disse baixo, com voz suave e levemente rouca:
- Alyha.
Recostado a uma mesa afastada do centro, ergueu-se um rosto que enfim chamara atenção da meretriz e a questionou:
- Sabe quem nos trouxe aqui, Madame Zintrah?
- E você meu jovem, quem é? - replicou.
Ciana lançou um olhar nada amigável ao ar esnobe de Zintrah. O homem aproximou-se e a encarando, se apresentou:
- Damon Luca, madame. Agora pode responder a minha indagação? - ressaltando os olhos no decote não poupado por ela.
Armand os fitou e foi talhante:
- Recebi um bilhete.
Todos se entreolharam, enfim estava aclarado o pretexto. Valaistu ponderou e disparou:
- Mas quem de nós tem iniciais P.L?
Não havia respostas. Mas elas não tardaram a chegar.